Na passada sexta-feira, 16 de novembro, a nossa
Biblioteca recebeu a visita do escritor Francisco Moita Flores. A ocasião serviu
para apresentar o último livro do autor, que na ocasião afirmou que não tinha
muito jeito para promover os seus próprios livros. Talvez por isso, falou,
sobretudo, dos livros de outros autores, cuja leitura aconselhou, da sua
história de vida – recordando alguns momentos com particular emoção – e deixando
palavras de esperança no futuro para os muitos alunos presentes. A esperança de
dias melhores foi, aliás, uma tónica sempre presente nas suas palavras. Mesmo neste
livro, O Bairro da Estrela Polar, que fala de jovens marginais que vivem na área da grande Lisboa, que fazem assaltos e tráfico de droga, mas que também são capazes de intensas solidariedades. A sua
experiência de vida, particularmente a sua passagem pela Polícia Judiciária e
pela investigação criminal, mereceram particular destaque e interesse da parte
dos jovens.
Moita Flores salientou também a
importância de ganharmos consciência da enorme e fantástica revolução
tecnológica que estamos a viver e que está a mudar radicalmente o acesso à
informação e ao conhecimento e mesmo a nossa maneira de viver, de pensar. A
este propósito falou da importância dos afetos e das solidariedades que as
máquinas não conseguem substituir.
Na sessão, o autor fez aos jovens
repetidos incentivos à leitura e aconselhou-os a apostarem na sua formação e,
se necessário a fazerem sacrifícios para atingirem os seus objectivos: “Nunca
desistam dos vossos sonhos” foi um apelo que deixou a todos num discurso muito
marcado pelos afetos, pela solidariedade e pela esperança.
Moita Flores, com a sua
simplicidade, humor e simpatia, cativou toda a assistência que lhe retribuiu
com uma forte ovação. No final decorreu uma prolongada sessão de autógrafos. Na
ocasião, foram-lhe entregues algumas lembranças para recordar a sua passagem pela
escola: vinho de Amares, exemplares da revista “Toque de Saída” e um azulejo
produzido no nosso Ateliê de Artes, ofertas que muito apreciou e que agradeceu sensibilizado.
Correio do Minho - 17/11/2012