Passam, hoje, 27 de janeiro, 70 anos daquela tarde em que o Exército Soviético vitorioso chega a Auschwitz-Birkenau, na Polónia, o maior e o mais mortífero centro de extermínio nazi. À chegada ao campo, na tarde desse dia 27 de janeiro, os soviéticos são recebidos por cerca de sete mil prisioneiros ainda em vida, deixados para trás pelos alemães em fuga, e por centenas de cadáveres que jazem no chão. Conta o ex-prisioneiro Primo Levi, que os soldados soviéticos “não saudavam, não sorriam; pareciam oprimidos, não só pela piedade, mas por uma certa confusa discrição, que lhes selava a boca e prendia os olhos ao cenário fúnebre. Era a mesma vergonha bem nossa conhecida (…) a vergonha que os alemães não conheceram, a que o justo sente perante o pecado cometido por outrem…”.
Auschwitz foi a mais terrível máquina de morte dos nazis. Ali foram assassinados 1,1 milhão de judeus, 70 a 75 mil polacos, 15 mil prisioneiros de guerra soviéticos, 21 mil ciganos e cerca de 10 mil prisioneiros de origem diversa. A maior parte foi gaseada em grandes balneários onde, em vez de água, os chuveiros libertavam o gás Zyklon B. Mas estes números estão longe de contar o imenso sofrimento de seres humanos que, antes da morte com o gás, a tiro ou na mesa de diabólicas experiências, foram despojados de tudo aquilo que fazia a sua humanidade: família, pátria, língua, nome, integridade física e psicológica…
Hoje lembramos tudo isto. Não apenas para homenagear a memória das vítimas e lembrar o seu sofrimento, mas para através do conhecimento do que aconteceu, conseguirmos detectar na actualidade e no futuro os sinais que levam à tragédia.
Porque queremos dizer “Nunca Mais!”.
Para não esquecer!
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